terça-feira, 20 de agosto de 2024

TEMPO PERDIDO

 O século  XXI,  tornou-se o século do avanço e disseminação global da tecnologia, tudo ficou expressamente mais prático, acessível, e envolvente, pois o mundo virtual  tem o potencial de atrair e promover o entretenimento, não damos conta de tamanha acessibilidade. No entanto há um  paradoxo, sobre o tempo de resolução de demandas tecnologicamente resolvidas,e o tempo de qualidade perdido, sem ao menos percebermos o tempo voa . Há, uma  parte a meu ver, positiva desta nova fase de transição, entre aquilo que nossos pais viveram e a forma que o mundo tecnológico nos permite viver, neste tempo contemporâneo. Veja bem, não que nossos pais não tenham vivido um tempo proveitoso, me refiro a toda essa forma de vida hoje em dia, em que tudo está ligado a tecnologia, e corremos  a todo instante para acompanhar o fluxo, porque dizem por aí: Que “ficaremos para trás”. A tecnologia tem sua sedução,a quem, faz dela uma profissão, outros estão viciados mesmo, os gamers virtuais por exemplo estão no ranking de tempo gasto pelos jovens no mundo inteiro. A autora (Cardoso,2020 p.145) faz uma abordagem sobre o consumo de conteúdo e o tempo acelerado dos games. Tras questões sobre o tempo, sua finitude,  e de como a sociedade atual está ligada a tecnologia.“Mas o tempo é fluido, é abstrato, é impreciso”. O tempo da mente, o tempo da vida, o tempo das coisas. Cada coisa a seu tempo. Os gamers, diferente de outros tipos de entretenimento, exigem muito de nosso tempo, foco, e atenção na tela o tempo todo. Sabe-se que é uma rede de entretenimento organizada no mundo, com lançamentos, atualizações e plataformas.O mercado dos jogos é o que mais cresce, no mundo do entretenimento, os jogadores gastam em média 13 horas por semana. As grandes resoluções e sofisticação dos jogos atraem e torna mais viciante aos seus usuários...Geralmente eles não tem um tempo de qualidade de socialização com outras pessoas, não praticam exercícios físicos, e por vezes não se alimentam de forma saudável. Segundo o Portal MPA jovens e adolescentes chegam a roubar o cartão de créditos dos pais para terem acesso a jogos de azar. Isto não é apenas um passatempo, e sim uma questão de saúde pública. Lemos 2011, enfatiza que o vício em jogos virtuais estimulam substâncias no cérebro semelhantes a mesma reação causada pela ânsia de substância química a seus usuários,ficar sem jogar não é uma tarefa fácil, enquanto isto, as estações vão mudando e os livros na biblioteca já estão empoeirados, não há conversas olho a olho e aquelas gargalhadas com as pessoas que estão ao nosso redor, pai e mãe… O tempo com eles são entediantes, não tem a graça e a emoção dos jogos hiper coloridos e envolventes, e o tempo vai passando, e com ele vai a vida, vai os sonhos, vai um pouco se sí, o tempo ele não dar um replay ele é perdido, e a vida cobra o tempo que não foi  vivido, o tempo cura tudo, mas não cura, o tempo perdido..Afinal quem tem o tempo nas mãos? Como aproveitar o tempo. O tempo nos transmite uma sensação de seres eternos, temos o tempo nas mãos? ou o tempo é uma visagem de uma criança, com a vida inteira pela frente, mas na real o tempo é um velho sábio, que anda sem pressa.. será isto o que Canta Caetano Veloso? ”És um senhor tão bonito. Quanto a cara do meu filho, tempo, tempo, tempo, tempo Vou te fazer um pedido Tempo, tempo, tempo, tempo”. Penso que o tempo gasto por cada pessoa inicia a contagem regressiva, justamente quando nascemos, é tenso, quando observado por este ângulo.”Todos os dias quando acordo, Não tenho mais, o tempo que passou, mas tenho muito tempo, temos todo o tempo do mundo “Tempo Perdido, de Renato Russo”.



Não meu jovem, não temos todo tempo do mundo. O tempo da vida é semelhante ao jogo, depois dos desafios o jogo sempre termina, jogos virtuais tem desafios e replay, sem limites… Mas no tempo da vida, meu caro leitor, o tempo não é reiniciado ….Pense enquanto há tempo para pensar e mudar de fase, a fase em que nós encaramos a vida real.

Game Over!


Referências:

LEMOS, André. Prefácio. In: FERRARI, Pollyana (Org.) Nós: Tecnoconsequências sobre o humano.Gratuito. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2020. PP. 145-161.Cap 08. Consumo de conteúdo e o tempo acelerado dos games. Missila Loures Cardozo.

LEMOS,I.L. Representações sociais da violência causadas pelos jogos eletrônicos.(Dissertação de Mestrado).Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PB,2011.

Música: Legião urbana/Tempo perdido/Renato Russo.

Música: Oração ao tempo/Produzido por Moreno Veloso, Caetano Veloso, Tom Veloso, Zeca Veloso, Daniel Carvalho.

Vício de crianças e adolescentes em jogos online é tema central de reunião da ACASP - Portal MPA (sistemampa.com.br) acesso em 07/082024.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

ANTIGAMENTE É QUE ERA BOM!

 

“O livre acesso que muitos jovens têm a romances, livros e jogos tem envenenado a mente e corrompido a moral de muitos jovens promissores” Reverendo Enos Hitchcock (1790)

Durante a leitura do capítulo 8 do livro Nós, de Poliana Ferrari, só me vinha à cabeça uma série de frases criticando as novas gerações e a sensação de que eu estava lendo algo escrito por uma pessoa de fora da cultura apresentada. Isso me fez pensar em como todas as gerações criticam as gerações seguintes por seu consumo de mídia e novas tecnologias, mesmo que essas críticas tenham sido feitas à geração delas anteriormente.

Hoje, as pessoas criticam o uso de redes sociais, o tempo gasto em jogos ou as fotos que são tiradas em troca de likes ou pela possível monetização desses conteúdos. Você pode escutar que “hoje, mulheres são pintadas como prostitutas... deixando de lado qualquer tipo de constrangimento... tudo isso prova que hoje são as pessoas vulgares que ditam as normas” e concordar com isso, sem saber que essa frase foi escrita em 1933 por Oswald Spengler. Quando os jovens começaram a assistir TV, seus pais reclamavam sobre como isso era um problema, como os adolescentes estavam sendo expostos a culturas sujas, sexo e drogas, mesmo tendo sido criticados pelo mesmo motivo com o uso das rádios e das músicas que escutavam: “A moda moderna continua se degradando... A língua falada se torna cada vez mais grosseira” Tsurezuregusa (1330–1332).

As gerações ficam presas no que conhecem e em como interagem, se alienando quando se trata das gerações seguintes, e acabam criticando-as do mesmo jeito que foram criticadas anteriormente, sem perceber a contradição. Há muito medo de como as tecnologias podem estragar as crianças, de como o videogame pode deixá-las mais violentas, e a ideia de que no passado tudo era melhor, mesmo sem perceber que também poderiam ter sofrido com os mesmos julgamentos. Em 1843, o seguinte discurso foi proferido na Câmara dos Comuns, em Shaftesbury: “garotas que dirigem carroças de carvão, cavalgam de cavalo, bebem, xingam, brigam, fumam, assobiam e não se importam com ninguém... a moral das crianças está extremamente pior do que no passado”.

As atuais crianças irão criticar as próximas pelo jeito que elas falam, sobre as músicas que escutam e a forma como se vestem. A próxima geração irá chegar, uma nova tecnologia aparecerá, e, como foi dito por Horácio em 20 d.C.: “A era dos nossos pais foi pior que a dos nossos avós. Nós, seus filhos, somos mais inúteis do que eles; assim, por nossa vez, daremos ao mundo uma prole ainda mais corrupta.”, você realmente acredita que a sua época foi a melhor?

 

Referências:

FERRARI, Pollyana. Nós: tecnoconsequências sobre o humano. Porto Alegre: FI, 2020.

History Hustle. The History of Adults Blaming the Younger Generation. 2023. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dC3kBsRpkZQ>. Acesso em: 01 ago. 2024.

GILLARD, Joe. The 2,500-Year-Old History of Adults Blaming the Younger Generation. 2018. Disponível em: <https://historyhustle.com/2500-years-of-people-complaining-about-the-younger-generation/>. Acesso em: 02 ago. 2024.

 

Autor:  Danrley Andrade de Souza Lôbo

domingo, 18 de agosto de 2024

A Caverna Conectada

 

Alan Muniz de Melo[1]

 

A  Caverna Conectada

A princípio, é importante analisar o papel da internet no controle do comportamento das pessoas na perspectiva do sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman. Segundo o autor, o avanço tecnológico contínuo, combinado com o estímulo ao consumo desenfreado, gera uma sociedade que está em constante busca por novos produtos e informações atualizadas.

Com a chegada das redes sociais no Brasil, as informações passaram a ser tratadas com mais urgência. Como resultado, muitos dados começaram a ser divulgados em grande escala, muitas vezes sem veracidade, o que influenciou diversas decisões na vida das pessoas, que passaram a ter menos senso crítico.

Além disso, essa situação remete ao mito da caverna de Platão, que narra a história de um grupo de pessoas que viveu em uma caverna desde o nascimento. O único mundo que conhecem são as sombras projetadas na parede da caverna. No entanto, quando um dos prisioneiros consegue se libertar e sair, ele descobre um mundo totalmente diferente.

Ademais, podemos fazer a analogia da caverna de Platão em relação às redes sociais e às Fake News para ilustrar que as pessoas são bombardeadas com informações todos os dias, a todo momento. Muitas dessas informações são recebidas sem uma reflexão crítica sobre o que está sendo apresentado e, muitas vezes, sem a capacidade de verificar sua veracidade.

Assim, o capítulo 2, intitulado "O Jornalismo Efêmero na Era do Instagram Stories", do livro "Nós: tecnoconsequências sobre o humano", realiza uma análise detalhada de como as redes sociais têm impactado a maneira como consumimos notícias nos últimos anos, especialmente com a velocidade que essas plataformas impõem.

Diante disso, surgem algumas perguntas: estamos realmente adaptados para lidar com esse tipo de conteúdo? Seria essa a razão pela qual acabamos espalhando Fake News?

No entanto, isso nos leva a refletir sobre o filme Matrix, no qual personagem principal, Neo, enfrenta a revelação de que o mundo em que vive é, na verdade, uma ilusão criada para manipular o comportamento humano. Nesse cenário, as pessoas estão imersas em máquinas que mantêm seus corpos sob controle, sendo exploradas por um sistema distópico dominado pela tecnologia.

Assim, forma-se uma massa de internautas alienados e desatentos em relação à verificação da procedência das informações que recebem, o que torna o ambiente virtual favorável à disseminação das "Fake News".

Portanto, estamos diante de um dilema semelhante ao da alegoria da caverna de Platão, onde é essencial buscar a luz da razão. Nesse contexto, é fundamental que as pessoas aprendam a examinar criticamente a veracidade das informações que circulam nas redes sociais. Apenas assim poderemos nos libertar das sombras da desinformação e apreciar um entendimento mais profundo e consciente do mundo ao nosso redor. A busca pela verdade se torna um ato de resistência contra a manipulação e a alienação que permeiam o ambiente virtual.

 

 

 Referências

BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. São Paulo: Zahar, 2001.

CAMILLO, M. FERRARI, P. (Org.) Nós: tecnoconsequências sobre o humano (recurso eletrônico). Porto Alegre: Editora Fi, 2020. Disponível em: https://www.editorafi.org/771nos. Acesso em: 18 abril. 2024.

PLATÃO. A República. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3. ed. Belém: EDUFPA, 2000, p. 319-322.

The Matrix (Matrix), Direção e roteiro: Andy Wachowski e Larry Wachowski,

produção Joel Silver, Distribuição: Warner Bros. EUA, 1999. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FOEyQKhWE1U. Acesso em: 18 abril. 2024.

 



[1] Discente da Disciplina Leitura e Produção de Textos Acadêmicos II do Curso de Letras, Segundo Semestre: 2024.1

Ambiguidade tecnológica.

                   

É muito comum falarmos diariamente

sobre tecnologia. Afinal, em pleno século XXI, quem nunca andou de metrô ou voou de avião? Como não celebrar a facilidade de se locomover rápido e confortavelmente? E as inúmeras possibilidades de diminuir as distâncias entre as pessoas, sem nem precisar sair do lugar? As mudanças provocadas por elementos tecnológicos na vida humana são inúmeras. Isso tanto positivamente quanto negativamente, o que pode facilmente esconder a ambiguidade das consequências causadas pelo uso da tecnologia na vida humana. Nós nos acostumamos a conviver com as facilidades provocadas por inovações tecnológicas,mas esquecemos ou ignoramos os aspectos sombrios envolvidos.

 São inegáveis os benefícios que o avanço tecnológico causou para a humanidade, nem os mais pessimistas dos seres humanos podem questionar esse fato. No entanto, seria displicente de nossa parte não nos atentarmos aos malefícios que chegaram com as facilidades. Segundo VIANA,Davidson.2022. “Existe um risco na banalização e mau uso de tecnologia”.

  Tendo em vista que, ao usarmos as tecnologias de forma banal e displicente, podemos colocar em risco a nossa saúde física e psicológica, além de ter outros prejuízos, como, por exemplo, as relações pessoais, tanto no ambiente externo quanto no âmbito familiar, podem ser afetadas. O uso excessivo de redes sociais pode afastar as pessoas da realidade, dificultando as relações familiares. Não lhe parece estranho ter que enviar mensagens no WhatsApp para informar ao filho que está logo ali no quarto, que o almoço está servido? É no mínimo interessante pensar em como é possível a mesma tecnologia que une tantas pessoas também ser uma das maiores responsáveis por separar. A mesma é capaz de ajudar a superar limites, pode igualmente ser a causa de limitações.

  Dito isso quero ressaltar um provérbio antigo que diz: “Tudo demais sobra”.  Na mesma medida que as tecnologias são benéficas, quando não são usadas de forma inteligente e comedida, tornam-se extremamente danosas para o ser humano.           Acredito que devemos nos inspirar nos ensinamentos dos sábios antigos que sempre nos alertaram para o risco de nos tornarmos dependentes das novas tecnologias. “O espírito humano precisa prevalecer sobre a tecnologia.”

Albert Einstein, cientista alemão.




REFERÊNCIAS:


 VIANA,Davidson. Banalização e mau uso de tecnologia.https://www.fdvmg.edu.br/coluna-do-professor/artigo-banalizacao-e-mau-uso-de-tecnologias 47#:~:text=A%20banaliza%C3%A7%C3%A3o%20do%20uso%20de,ondas%20ainda%20carregam%20muitos%20mitos.: 20\07\2022.Albert Einstein (1879-1955), físico alemão ...

 

 

                           Autor(a): Débora Michelle dos Santos


TEMPO PERDIDO

  O século   XXI,   tornou-se o século do avanço e disseminação global da tecnologia, tudo ficou expressamente mais prático, acessível, e en...