LABIRINTO DA DESINFORMAÇÃO
A tecnologia é um labirinto, onde a desinformação se esconde em cada esquina, desorientado os desavisados. A relação entre a tecnologia e a ética na desinformação é de extrema importância para os dias atuais. Quando falamos de ética logo vem à mente a “ética profissional” e esquecemos que ética é sobre valores morais e conduta humana na sociedade, ao compartilhar notícias falsas e comentar nas redes sociais, seja ela sobre fofoca sobre famosos ou política, fazem com que disseminam ainda mais as fakes News, deixando os valores morais de lado, levando a frase “a internet é terra sem lei” ao pé da letra.
A desinformação é um vírus digital, que se espalha rapidamente pelas redes sociais e corrompem a verdade, pois “desde a criação da internet o mundo caminhou a passos rápidos em termos de interconexão” (Souza Alves e Ribeiro Halfeld Maciel,2020, p.149 ). A disseminação da desinformação por meio da tecnologia pode ser atribuída a diversos fatores. Em primeiro lugar, a velocidade e o alcance das redes sociais e outras plataformas online permitem que notícias falsas e teorias conspiratórias se espalhem rapidamente, muitas vezes antes que a veracidade dos fatos seja verificada. Além disso, algoritmos de recomendação e bolhas de filtro restritos para a polarização e fragmentação da informação, limitando a exposição a perspectivas divergentes e reforçando crenças preexistentes.
o fake é uma verdade inventada, que não precisa se apoiar em fatos ou evidências para ser socialmente aceita. Portanto, ele não é o oposto da verdade ou da simples mentira. o fake é uma verdade que se cria ao gosto do freguês com o propósito de enganar, manipular ou distrair (Freitas Filho,2020, p.33).
O Labirinto da desinformação pode ser um lado sombrio da tecnologia, os impactos que são causados sobre a sociedade e a democracia são de fato significativos. Possamos ver a propagação de notícias falsas minar a confiança nas instituições e no jornalismo, fomentar o medo e decisões políticas e compartilhamentos. Será que é possível sair desse “labirinto”? Pois estamos a todo momento recebendo notificações desinformativas que podem contribuir para a divisão social, alimentando conflitos e prejudicando o diálogo construtivo entre diferentes grupos. “o problema político da existência massificada de fake News como estratégia de poluição e manipulação do debate público tem sido alvo de políticas públicas” (Souza Alves e Ribeiro Halfeld Maciel,2020, p.153).
A mídia hegemônica busca influenciou a opinião publicada, fazendo com que formem opiniões políticas e outros discursos baseados em desinformação. O uso de dados pessoais para direcionar campanhas políticas levanta preocupações éticas, enquanto a disseminação de notícias falsas e desinformação através das redes pode distorcer a percepção pública e influenciar os resultados eleitorais. Por exemplo na campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro foram usadas várias notícias falsas para ganhar as eleições, no entanto, nós como cidadãos imaginamos nos atentar melhor no que estamos consumindo nas redes sociais.
No documentário “o dilema das redes”, dirigido por Jeff Orlowk, é apresentado depoimentos de especialistas em tecnologia, que trabalharam em grandes empresas tecnológicas (Google, Facebook, Instagram, Pinterest). Esses especialistas mostram que essas redes criam um padrão de comportamento através do algoritmo, seja em curtidas, comentários ou compartilhamentos, assim manipulando os usuários, trazendo a polarização logo elucidar que “as verdades inventadas pelo regime neoliberal visam a formação de um senso comum, em que as questões políticas se tornam culturais” (Freitas Filho,2020, p.37) como se diz a metáfora a tecnologia é um vírus, que com sua rapidez espalha os “verdes inventados”.
Retornando a metáfora do labirinto da desinformação, que estamos constantemente nos perdendo, será que estamos realmente buscando uma saída? Talvez faça parte desse problema tanto quanto a tecnologia faz. Embora os meios de comunicação social tenham o poder de nos influenciar, certamente podemos descobrir a verdade examinando criticamente as informações que apresentamos, evitando assim as “verdades inventadas”.
REFERÊNCIAS
FREITAS, Alberto. A hegemonia do fake: o regime político das verdades inventadas. In: Ferrari, Pollyana. Nós: Tecnoconsequências sobre o ser humano. Editora Fi, 2020. p.32-50.
ALVES, Marco. COMO; MACIEL, Emanuella R. Halfeod. O conhecimento das fake News: Desafios, combate e contexto. Internet & sociedade, V.1, n 1, p.144-171,2024. Disponível em: https://revista.internetlab.org.br/o-fenomeno-das-fake-news-definicao-combate-e-contexto/. Acesso em: 30 de julho de 2024.
Autor de: Railana Santos Andrade
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